LIVRO: Hall, Stuart. A identidade cultural na pós – modernidade. tradução Tomaz Tadeu da Silva, Guacira Lopes Louro-11. Ed.- Rio de janeiro: DP&A, 2006.
Stuart Hall nasceu em Kingston, na Jamaica, em 3 de fevereiro de 1932 e faleceu em Londres em 10 de fevereiro de 2014. Hall foi um teórico cultural jamaicano que atuou no Reino Unido. Ele contribuiu com obras chave para os estudos da cultura e dos meios de comunicação, assim como para o debate político. O trabalho do escritor está centrado principalmente nas questões de hegemonia e de estudos culturais, a partir de uma posição pós-moderna. Em 1992 escreveu A identidade cultural na pós-modernidade.
A identidade cultural na pós – modernidade
Dividido em 6 capítulos, o livro de Stuart Hall, A identidade cultural na pós – modernidade, questiona as velhas identidades em declínio, indaga o conceito de identidade e como esta se correlaciona com todas as possibilidades oferecidas dentro da perspectiva de um mundo pós-moderno.
No primeiro capítulo: A identidade em questão, Hall diz que o propósito do livro é explorar algumas das questões sobre identidade cultural da modernidade tardia e avalia a existência de uma “crise de identidade”. Nesse capítulo, ele traça três concepções de identidade, a do sujeito do iluminismo, a do sujeito sociológico e a do sujeito pós-moderno. Após, faz uma reflexão sobre cada uma dessas identidades.
No capítulo seguinte, Nascimento e morte do sujeito moderno, Hall traça um esboço das ideias de alguns teóricos contemporâneos sobre as principais mudanças na forma em que o sujeito e a sua identidade são conceituados no pensamento da modernidade.
O objetivo de Hall com esse painel é mostrar os estágios através dos quais a visão do novo “sujeito humano” (grifo do autor) surgiu na idade moderna. Nesse capítulo, o sujeito humano nos é apresentado por Hall como uma figura discursiva que sofre influência tanto dos discursos do pensamento moderno quanto dos processos que molduram a modernidade. No final do capítulo, Hall diz que o sujeito da pós-modernidade deixa de ter uma identidade fixa, estável (sujeito do Iluminismo) e passa a ter uma identidade aberta, descentrada, fragmentada.
No terceiro capítulo, As culturas nacionais como comunidades imaginadas, Hall volta-se para a questão de como o “sujeito fragmentado” será colocado em termos de suas identidades culturais. O estudioso relaciona essa identidade cultural à identidade nacional. Mais adiante, desconstrói a ideia de “cultura nacional” (enquanto única). Trabalha a ideia de identidade e diferença, fala de identidade(s) cultural(is).
Globalização é o título do quarto capítulo, nele Hall discute a tensão entre o “global” e o “local na transformação das identidades nacionais que conduzirá à diversidade.
O quinto capítulo intitula-se O global, o local e o retorno da etnia, nele Hall examina os efeitos que a globalização sobre as identidades. Questiona as velhas identidades enraizadas. Encerra o capítulo falando das culturas híbridas contextualizadas na modernidade tardia.
Intitulado Fundamentalismo, diáspora e hibridismo, o sexto e último capítulo aborda a fusão entre diferentes tradições culturais produzindo novas formas de cultura.
De forma clara, Stuart Hall explora de forma clara, usando de uma linguagem simples, questões sobre a identidade cultural na modernidade tardia, afirmando , também, que as identidades modernas estão sendo descentradas, fragmentadas em crise.
É possível observar que para Hall, o nacionalismo e a rotulação de etnia seriam formas arcaicas de apego, uma forma de o indivíduo se caracterizar como parte da sociedade. Hall nos provoca, nos leva a rever as formas culturais concebidas socialmente e a capacidade de interpretação desse mundo pós-moderno.
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